O cristão babaca
- Diogo Crotti
- 29 de mai. de 2019
- 2 min de leitura
Atualizado: 31 de mai. de 2019
O cristão babaca é engraçado. Ele acha que ajudar os de longe, e nem ao menos cumprimentar os de perto, fará dele alguém expressivo. É um coitado.

O cristão babaca é um tipo crescente hoje em dia. Considera-se altruísta e sempre está trabalhando em prol do distante. Nada de errado em ajudar o próximo, mesmo que o próximo esteja bem longe, e o próximo que mora ao lado da casa, ou no andar de cima ou debaixo, seja simplesmente ignorado.
Sobre isso apontou Lewis: “O negócio é direcionar a malícia para os seus vizinhos, com quem ele topa todos os dias, e transferir sua benevolência a circunstâncias remotas, dirigindo-a a pessoas que ele não conhece. Assim, a malícia se torna totalmente real e a benevolência, em grande parte, imaginária.” (LEWIS, 2017, p.44).
O cristão babaca é especialista em boas obras a pessoas que nunca viu, e simplesmente bruto aos que estão perto. Ele é uma mescla do cristão “espiritualzinho sem-vergonha” com babaquice. Não há muito o que se esperar dele, exceto se você for um desconhecido, daí ele poderá ajudá-lo em algum momento, mas se for vizinho dele terá apenas o desprezo, enquanto os de fora serão abençoados por suas mãos “santas”. Ele é capaz de sair à noite para ajudar os mendigos, mas incapaz de dar carona a algum irmão da igreja, com receio de sujar o carro!
O cristão babaca desenvolveu um senso de compaixão pelo mundo e a natureza, e se pudesse transformaria a igreja numa Ong, não se envolve em empresas que não tenha como lema responsabilidade ecológica, porém, entra e saí do elevador sem dizer um: “oi”. Os sociólogos os chamam de “Millennials”, e a Universidade e as igrejas estão cheias deles. Há quatro coisas que encontramos em qualquer lugar do Brasil, as quais são: Bigg’s Lanches, pardais, Assembleianos, Millennials que não lavam a louça, mas querem mudar o mundo, e o cristão babaca que criou um sendo de justiça social tão grande, que atravessa a rua quando vê alguém suspeito. O cristão raiz permaneceria do mesmo lado e entregaria um panfleto e falaria: “Jesus te ama e tem uma obra na sua vida!”
Lewis, mais uma vez estava certo (e quando ele não está, não é mesmo?) o cristão babaca cria um mundo imaginário nas nuvens da sua mente e acha que é bozinho e no fundo não passa de um babaca malicioso e medíocre. Tudo o que Satanás quer é manter o cristão babaca fazendo boas obras e negligenciar os que estão próximos.
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